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AgRural eleva produção de soja para 99,7 milhões de toneladas

Consultoria também divulgou levantamento mostrando que colheita atingiu 16% da área

As chuvas acima da média em janeiro levaram a consultoria AgRural a revisar para cima a sua estimativa de produção de soja na safra 2015/2016. A nova previsão é de colheita de 99,7 milhões de toneladas, ante as 98,7 milhões de toneladas estimadas há um mês. A área de 33 milhões de hectares (+2,9% anuais) foi mantida em relação a janeiro, mas a produtividade média subiu de 49,8 sacas para 50,3 sacas por hectare (+0,6% no ano).

A consultoria explica que em Mato Grosso os bons volumes de janeiro favoreceram o desenvolvimento das lavouras de ciclo médio e tardio, compensando parte das perdas da soja precoce, especialmente na região norte. A produtividade média do estado subiu das 49 sacas de janeiro para as atuais 50,3 sacas.

No Sudeste, os bons volumes de chuva durante toda a safra explicam o aumento de 1 saca na produtividade de Minas Gerais e de 1,5 saca em São Paulo. No Sul, as produtividades do Paraná e do Rio Grande do Sul foram mantidas, e só não são melhores devido ao veranico de janeiro, que atingiu algumas áreas em fase reprodutiva.

Colheita
A consultoria AgRural em seu relatório semanal comenta que os produtores aproveitaram a redução das chuvas para acelerar a colheita da soja em pleno Carnaval. O avanço foi de seis pontos percentuais na semana e atingiu 16% da área cultivada, ante os 14% no ano passado e da média dos últimos cinco anos.

O analista Fernando Muraro, sócio diretor da AgRural, comenta que o ritmo forte dos trabalhos no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul segue compensando a maior lentidão observada em outros estados. “No Centro-Sul, pancadas têm favorecido as lavouras em desenvolvimento sem prejudicar a colheita. Mas o tempo quente e seco voltou a preocupar no Matopiba”, diz ele.

Segundo a AgRural, no Paraná 30% da área está colhida, ante 23% há um ano. No oeste a colheita atingiu 74%, o avanço só não foi maior devido às chuvas, mas em alguns municípios a colheita já está na reta final. A média esperada na região é de 56 sacas por hectare. No norte, em Cornélio Procópio há relatos de até 57 sacas em talhões de soja precoce. No sul e nos Campos Gerais, que plantam mais tarde, o movimento das máquinas ainda é tímido, diz Muraro.

Em Mato Grosso, maior produtor de soja, a colheita ganhou ritmo com avanço
semanal de 12 pontos e atingiu 24% da área, em linha com os 23% do ano passado, apesar do atraso no plantio. Em Campos de Júlio, no oeste, talhões de soja precoce chegam a render média de 58 sacas. Em Campo Verde, no sul, o tempo favoreceu a colheita, mas muitas áreas ainda não estão prontas, diz Muraro.

O levantamento da AgRural mostra que na Bahia, a colheita começou apenas em talhões irrigados e está feita em 1% da área de soja do estado. Algumas lavouras estão há 12 dias sem chuva e pode haver perdas se o não houver umidade nos próximos dias. No Maranhão, os primeiros talhões estão rendendo até 52 sacas na região sul. No entorno de Balsas, a falta de chuva preocupa quem tem soja em fase reprodutiva.

No sul do Tocantins, a estiagem chega a 15 dias em alguns pontos. Na região de Porto Nacional, as primeiras áreas começaram a ser colhidas. No Piauí, cerca de 40% da soja está em fase reprodutiva e maiores volumes de chuva seriam bem-vindos.

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Fonte: Globo Rural – 15/02/2016

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