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Conab divulga 5º levantamento de grãos

Produção da safra 2014/15 registra novo recorde

A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira, 12 de fevereiro, seu 5º levantamento de estimativas para produção nacional de grãos, no qual estima a produção brasileira de grãos na safra 2014/15 para 200,08 milhões de toneladas, o que é 3,4% maior que a produção da safra passada. Mesmo com uma redução de 2,0 milhões de toneladas, comparativamente ao levantamento anterior de janeiro, a produção brasileira deve atingir novo recorde histórico.

A região Sul destaca-se como a segunda maior produção de grãos (36,3%), depois do Centro-Oeste (41,3%). Na região Sul, o destaque é o Paraná com produção estimada de 36,8 milhões de toneladas representando 18,4% da produção nacional, como segundo estado de maior produção.

TABELA 1- PRODUÇÃO DE GRÃOS PARANÁ
CONAB DO CACETE

MILHO
Para o milho de verão a estimativa nacional de produção é de 30,1 milhões de toneladas, com redução de 4,8% em relação à safra 2013/14. No Paraná a produção é estimada em 4,58 milhões de toneladas (15,4%).
Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB) 11% da área de milho foi colhida no Estado até o momento.

Para o milho safrinha, que já teve início o plantio no Paraná, a estimativa de produção nacional é de 48,2 milhões de toneladas, sendo 9,9 milhões no Estado(20,6%).

Dessa forma a safra total de milho deverá ser de 78,3 milhões de toneladas com uma redução de 2,1% em relação à safra anterior.
Com uma produção menor na primeira safra, os preços seguem firmes no mercado interno (R$ 21,09/saca, segundo a SEAB) e o clima passa ser de grande relevância para determinar não só a conclusão da primeira safra como o plantio e desenvolvimento da segunda safra, o que influenciará nos preços.

Do lado externo a ajuda na valorização dos preços vem do dólar alto, com quadro de oferta e demanda folgado, segundo o último relatório do USDA, mas com expectativa de alguma revisão para uma menor área de plantio na próxima safra americana em 2015.

SOJA
Na produção de soja a estimativa é de 94,5 milhões de toneladas, em linha com o número divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), com uma redução de 1,3 milhão de toneladas em relação à estimativa inicial.

A produção de soja no Paraná deve ser de 17,2 milhões de toneladas, sendo 17% superior à safra 2013/14. A escassez de chuvas e elevadas temperaturas que prejudicaram as lavouras paranaenses, deverá ser compensada, com exceção da região Norte do Estado, pelo incremento de produtividade associado ao aumento de tecnologia, conforme o levantamento da Conab.

No Paraná o percentual colhido de soja é de 17%, estando mais avançada na região Oeste e o percentual de comercialização é de 12% estando abaixo dos 24% em relação à safra anterior, segundo dados da SEAB.

O dólar alto, as perspectivas de estoques mundiais elevados, oscilações do preço do petróleo, expectativas de conclusão da safra da América do Sul por conta do clima, expectativa de aquecimento da demanda americana, dúvidas em relação previsão de área para próxima safra dos EUA tem sido as principais variáveis que influenciaram os preços nos últimos dias.

O contrato de março na Bolsa de Chicago fechou em US$ 9,778/bushel nesta última quarta feira (R$ 61,60/saca).

FEIJAO
A produção nacional deve totalizar 3,3 milhões de toneladas com redução de 3,8% em relação à safra passada, respondendo o Paraná por 23% desta produção (758,5 mil toneladas) como líder de produção nacional. A estimativa de consumo nacional, segundo a Conab, é de 3,3 milhões de toneladas para 2014/15.

No Paraná, a colheita da primeira safra segue em finalização, segundo a SEAB, que apontou que além da redução da área, que ocorreu na primeira safra, houve uma redução da produtividade em 8%, em relação ao potencial produtivo inicialmente previsto, devido a ocorrência altas temperaturas.

O plantio da segunda safra no Estado segue em andamento , com estimativa de redução de área (-18%).

Considerando que algumas regiões, no Brasil, tem colheita prevista ainda até março, abril e maio como é o caso de Minas Gerais, Bahia e Goiás, ainda é possível esperar surpresas para o abastecimento nacional em função de escassez de chuvas. O mesmo vale para segunda safra que começa ser plantada.

Isto já vem sendo refletido no preço. O preço médio recebido pelo produtor no Paraná é de R$ 136,26 /saca para o feijão carioca, o que é cerca de 56% superior ao preço médio de fevereiro de 2014, a partir de dados da SEAB.

TRIGO
O número consolidado da produção nacional de trigo é de 5,9 milhões de toneladas, com aumento de 6,8% em relação a safra 2013/14, sendo que o Paraná respondeu por 63% desta produção (3,72 milhões de toneladas).

No Estado 66% da safra foi vendida até janeiro segundo a SEAB, mas os preços médios não foram satisfatórios em grande parte, para os produtores, ficando abaixo do custo de produção e abaixo do preço mínimo, com necessidade de apoio à comercialização.

Somente a partir de janeiro é que os preços passaram a sinalizar movimento de alta em função de uma menor produção brasileira (que inicialmente era prevista para 7 milhões de toneladas) e em função da alta do dólar que encarece o produto importado.

A próxima safra tem plantio a partir de abril e possivelmente, poderá estabelecer relação com atraso do plantio da soja, reduzindo a possibilidade do cultivo do milho safrinha em algumas regiões no Estado, favorecendo o plantio de trigo. Mas a julgar, pelo desestímulo dos produtores em relação aos preços praticados nas últimas safras esse favorecimento quanto à área de trigo deve ser ponderado.

Tânia Moreira, economista do Departamento Técnico e Econômico da FAEP

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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