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Das uvas para as flores

Conhecida como a capital das uvas finas, a cidade de Marialva, localizada a 19 quilômetros de Maringá, está mais florida ultimamente. Isso porque muitos produtores do município estão trocando os cachos da fruta por rosas, crisântemos, gérberas e outras espécies, que encontram na região clima e solo propícios para florescer com força e vigor, além de um mercado promissor para absorver a produção.

A escolha não é desmedida, segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), o faturamento do setor de flores vem crescendo a uma média de 12% ao ano nos últimos 10 anos. Entre 2012 e 2013 o consumo per capita passou de R$ 14,00 para R$ 23,00. Além disso, o ciclo rápido das plantas, que brotam o ano inteiro, e a alta demanda do mercado – garantido principalmente pelo setor de decoração de festas de Maringá – está atraindo diversos produtores do município, que aproveitam a estrutura que já utilizavam nos parreirais para o cultivo de flores. Este foi o caso de Gildo Fineto, que há dois anos iniciou sua atividade na floricultura depois de trabalhar com uvas por 15 anos. “A gota d´água foi a dívida com o veneno”, lembra ele ao justificar a mudança de ramo. “A uva tem que investir com força e o comprador paga muito pouco”, lamenta.
Utilizando uma estrutura coberta de 6 mil m2 onde antes havia parreiras, Fineto cultiva 12 mil pés de rosa de cores variadas, que produzem cerca de 1.200 dúzias por semana. Cada dúzia de rosas é comercializada por cerca de R$ 5,00. “Cliente não falta, o que tá tirando tá vendendo”, comemora.

Para realizar a migração para as flores, Fineto investiu aproximadamente R$ 40 mil em estruturas de irrigação, compra de insumos e a instalação de uma câmara fria. A parte mais cara, que é a estrutura coberta, já era utilizada no cultivo de uvas. Se tivesse que pagar por essa benfeitoria ele calcula um acréscimo de R$ 100 mil na conta.

Expertise paulista
Um dos idealizadores do cultivo de flores na região é o produtor Emerson Couto, que trouxe para Marialva a experiência que tinha há mais de 20 anos com produção de flores em Atibaia (SP). Segundo ele, um estudo de mercado realizado preliminarmente identificou que as fores consumidas na região norte do Paraná vinham todas de fora, apontando para uma oportunidade de suprir esta demanda com uma produção local.
Além disso, as características do clima da região, mais seco e mais frio do que o encontrado na região da Bragança Paulista, e o solo basáltico fértil do Estado – a terra roxa – tornaram esta opção ainda mais atrativa. “Se na Holambra eles tivessem esse clima e esse solo, ninguém segurava”, afirma ao referir-se ao município de Holambra, maior centro produtor de flores e plantas ornamentais da América Latina, localizado no interior de São Paulo.

O principal segredo para uma boa rentabilidade no ramo das rosas, segundo Couto, é o manejo das plantas, principalmente as podas, que devem ser feitas regularmente de forma a estimular a produção escalonada dos botões. “Sem o manejo certo ela não brota. Também tem que manter a parte folhosa, que é o estômago da planta”, explica. Como consequência deste trabalho, o custo em mão de obra é alto. O cálculo básico é um trabalhador para cada 5 mil pés de rosa. Com 50 mil roseiras, Emerson tem 10 pessoas trabalhando na produção, entre familiares e trabalhadores que atuam no regime de parceria rural. Num total de 20 mil m2, ele cultiva rosas (pink, amarela, carola, branca e laranja), lisiantos e crisântemos. Este último é todo mantido em estufa por se tratar de uma variedade mais frágil.

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