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Dilma anuncia PAP 2014/15 com aumento de juros

O governo federal aumentou os juros do crédito rural de 5,5% para 6,5%, durante o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário

Dilma_PAPTodos os movimentos públicos da presidente Dilma Rousseff estão voltados para a campanha eleitoral. Não foi diferente nesta segunda feira (19/05), quando ela anunciou o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/15, num discurso de ataques à oposição, mas amaciando a novidade de que assinou – dentro do conjunto de medidas, a principal: o aumento das taxas de juros aos produtores rurais e às cooperativas.

A taxa de juros média do plano ficou acima da taxa média da safra passada e da anterior. Enquanto nos dois últimos planos a taxa ficou em 5,5%, para a safra 2014/2015, essa taxa de juros será de 6,5%.

Essenciais para a competitividade dos produtores, o aumento dos juros vai na contramão do desenvolvimento econômico do país. O motivo são as condições de desigualdade com os principais países produtores de alimentos detentores de sólidas políticas agrícolas e infraestruturas e logísticas incomparavelmente melhores do que as que o Brasil dispõe.

A elevação dos juros serão acrescidos aos custos de produção já onerados pelo escoamento inadequado e pela inflação incidente sobre os insumos básicos.

Os agricultores terão disponíveis R$ 136 bilhões em financiamentos e esse aumento da taxa de juros terá um impacto estimado de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 800 milhões no custeio durante a safra e nas linhas de investimento em R$ 240 milhões/safra (ou R$ 1,2 bilhão durante as próximas cinco safras, período padrão de um contrato de investimento), onerando diretamente os custos de produção.

É bom lembrar que o produtor rural sempre responde aos estímulos e desestímulos rapidamente. Quando o governo federal reduziu os juros em 2013, o volume de recursos de crédito rural oficial para a agricultura empresarial e do Pronaf registrava, até março de 2014, aumento de 36% em relação à safra anterior, com liberação de R$ 132 bilhões em financiamentos, que contribuíram para alavancar o agronegócio brasileiro na conquista de novos mercados internacionais e no abastecimento do mercado interno.

Tanto que em 2013, o saldo do comércio exterior do agronegócio foi positivo em US$ 82,91 bilhões e manteve a balança comercial brasileira com superávit de US$ 2,56 bilhões, apesar de outros setores da economia apresentar uma deterioração muito acentuada nas exportações. Ou seja, não fosse o agronegócio, a balança comercial do país teria fechado negativa em US$ 80,35 bilhões.

Numa matemágica de período eleitoral, a presidente afirmou que “Se a gente considera que somos 200 milhões de habitantes, seria uma tonelada por habitante, o que mostra a pujança do país, 70% acima do que era há uma década”, disse.

A aritmética é outra, porque a produção (que será de 191 milhões de toneladas, segundo a Conab, e não 200 milhões) é resultado do trabalho em apenas pouco mais de 5 milhões de propriedades onde trabalham 17% da população (34 milhões de pessoas) como a presidente poderá constatar quando o Cadastro Ambiental Rural se completar.

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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