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Energia gerada pela cana-de-açúcar é essencial para Brasil atingir meta da COP21

Será fundamental para o país investir na produção de energia elétrica a partir da biomassa, chamada também de bioeletricidade

O compromisso apresentado pelo governo brasileiro na COP21, em dezembro passado, foi considerado ousado ao propor a redução de 43% de emissões dos Gases Geradores de Efeito estufa (GEE) até 2030 (comparação às emissões de 2005), além do alcance da utilização de 45% de energias renováveis.

Para atingir estas metas, será fundamental para o país investir na produção de energia elétrica a partir da biomassa, chamada também de bioeletricidade. Dados da International Renewable Energy (IRENA) apontam que o Brasil, em 2014, já era o país com maior capacidade instalada de geração por meio da biomassa no mundo, com 15,3% do total mundial. Em segundo lugar vêm os EUA, com 13,6%, seguidos de China (11,8%), Índia (6,2%) e Japão (5%).

Em 2015, a oferta de energia obtida da biomassa teve crescimento estimado de 7%, com um total de geração de mais de 22 TWh, o que equivale ao abastecimento de 11 milhões de residências durante um ano inteiro. A alternativa da bioeletricidade já representa, em termos de capacidade instalada, quase 10% da matriz energética, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), ocupando a segunda posição na matriz, atrás apenas das fontes hídrica e fóssil.

Hoje, cerca de 80% da capacidade instalada de geração pela fonte biomassa vêm do setor sucroenergético, que emprega o bagaço e a palha da cana para a autossuficiência energética e ainda tem promovido um crescimento significativo na oferta de excedentes de eletricidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

O resultado disso é fantástico em termos de sustentabilidade. Estima-se que, em 2015, a geração de energia renovável e limpa pela biomassa tenha evitado a emissão de cerca de aproximadamente 10 milhões de toneladas de CO2, marca que seria atingida com o cultivo de 68 milhões de espécies nativas ao longo de 20 anos.

Além disso, a alternativa da biomassa também levou à preservação de água nos reservatórios das hidrelétricas, já que o pico da geração oriunda da fonte biomassa ocorre em épocas marcadas por chuvas escassas. Em 2015, a oferta estimada de mais de 22 TWh pela biomassa ao Sistema Interligado Nacional ajudou a poupar 15% das águas nos reservatórios do submercado elétrico Sudeste e Centro-Oeste.

Vale lembrar que a geração da biomassa tem como característica a produção previsível ao longo do ano, durante a safra sucroenergética. Dessa maneira, é possível contribuir para a segurança na gestão de um Sistema Interligado cada vez mais diversificado.

Apesar dos números significativos, o potencial de crescimento do setor sucroenergético para ampliar sua capacidade de fornecimento de energia ainda é enorme. Em 2014, das 355 unidades produtoras sucroenergéticas do país, apenas 177 unidades exportaram o excedente de energia gerado a partir do bagaço e da palha da cana. Ou seja, metade das unidades sucroenergéticas, que hoje já cumprem um papel importante de autoprodutoras de energia, podem receber investimentos que promovam o chamado retrofit das usinas, tornando-as exportadores de energia limpa e sustentável para o SIN.

 

Segundo Elizabeth Farina, presidente da UNICA, com investimentos na modernização das unidades fabris e o pleno aproveitamento da biomassa sucroenergética, será possível ampliar em mais de oito vezes o volume oferecido à rede pela bioeletricidade até 2024 (comparado com a oferta em 2014).

 

“Hoje, o setor já tem papel fundamental no fornecimento de eletricidade pelas fontes de energias renováveis e sustentáveis, mas há um potencial gigantesco como o da bioeletricidade, o que reforça a importância cada vez maior de uma matriz energética diversificada e um olhar dedicado para cada uma destas fontes. É essencial que o país estabeleça políticas públicas bem estruturadas e de longo prazo, incluindo externalidades ambientais na precificação da bioeletricidade, além de outras vantagens pelo uso da biomassa na gestão do sistema interligado de fornecimento de energia. Só assim, com um ambiente institucional que transmita segurança na tomada de decisão de novos investimentos, o Brasil poderá atingir suas metas estabelecidas na COP 21”, completa Farina.

 

Vale ressaltar que o compromisso assumido foi de aumentar o uso sustentável de energias renováveis (solar, eólica e biomassa), excluindo energia hidrelétrica, para ao menos 23% da geração de eletricidade do Brasil até 2030.

Fonte – Revista Plantar

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