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Excesso de chuva já reduz produtividade do milho no sudoeste do PR

Enxurradas lixiviaram o nitrogênio e outros nutrientes do solo da região

Chuvas em excesso ao longo do desenvolvimento das lavouras estão fazendo com que produtores do sudoeste do Paraná colham menos milho na safra de verão 2014/2015 do que previam. Apesar de as precipitações terem ajudado a manter a lavoura em boas condições, elas acabaram contribuindo para reduzir a produtividade. Isso foi o que constatou a Equipe 1 do Rally da Safra, principal expedição técnica privada para monitoramento da safra de grãos no Brasil.

Chuvas em excesso lixiviaram o nitrogênio e outros nutrientes do solo da região e atrapalharam a polinização do cereal. “A gente percebeu em algumas lavouras e em algumas variedades também que o milho não conseguiu formar bem a ponta da espiga, ficando um trecho sem formar o grão”, diz Luiz Giovanni Piovezana, agrônomo e diretor Récnico da Lavoura Turim Insumos e Cereais, em Pato Branco, revenda que também presta consultoria a produtores.

Segundo ele, alguns agricultores da região que esperavam colher 500 a 600 sacas por alqueire (208 a 250 sacas por hectare) estão colhendo menos de 400 sacas por alqueire (166 sacas por hectare). “Se fizer as contas, essas 100 sacas dão um valor bem considerável no fim para pagar as contas”, salienta. Ele estima que a média de produtividade da região está atualmente entre 420 a 430 sacas por alqueire (175 a 179 sacas por hectare), mas pondera que talvez o número ainda diminua.

Com o excesso de umidade, também estão aparecendo casos do fungo Fusarium. “Essa é uma doença que está no solo, e ela se mostrou agora na espiga. Isso aí também tira peso de grão e consequentemente diminui a produtividade”, explica Piovezana.

César Luiz Spaniol, que planta 60 hectares de milho em Mariópolis e Clevelândia, destacou que, enquanto para a soja o clima foi perfeito, para o milho, as precipitações em excesso o levaram a colher menos do que na safra de verão passada, embora os rendimentos da lavoura ainda sejam elevados.

Se em 2013/2014, a produtividade ficou em 220 sacas/hectare, este ano baixou para 190 a 200 sacas/hectare, conforme Spaniol. “Em setembro e outubro, choveu muito, na época do plantio e depois do plantio também, na aplicação do nitrogênio, de 30 a 40 dias depois de plantar.”

Fonte: Globo Rural

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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