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Falta lenha para secagem de grãos

Cooperativas querem reduzir dependência de fornecedores de madeira com o aumento do plantio de áreas próprias de reflorestamento

As cooperativas do Paraná precisam dobrar o cultivo de florestas para se tornarem autossuficientes na produção de lenha para secagem de grãos. Elas têm 16 mil hectares de florestas plantadas e planejam ampliar a atividade gradativamente. É necessário cultivar ao menos 35 mil hectares com espécies com o eucalipto, segundo o Sistema Ocepar, que representa as cooperativas, responsáveis por mais da metade da produção de soja, milho, trigo e feijão do estado.

“O que ocorre é uma escassez de matéria-prima. As cooperativas estão investindo nesta área de uma forma arrojada, aumentando as áreas próprias de florestas plantadas ou, em alguns casos, incentivando os cooperados a plantarem. No momento, a lenha está com um bom preço e acaba sendo um negócio interessante para o produtor”, analisa o engenheiro florestal da Ocepar, Gilson Martins.

Coordenador da área florestal da cooperativa Castrolanda (de Castro, nos Campos Gerais), o engenheiro florestal Paulo Cesar Silva aponta que o investimento inicial gira em torno de R$ 7 mil por hectare – três vezes o valor necessário para o cultivo de grãos. Em seis anos, o eucalipto já pode ser cortado para a produção de lenha. O retorno financeiro, conforme Martins, chega à casa dos R$ 2 mil por hectare por ano, considerando todo o ciclo – valor alcançado pela soja nas regiões mais produtivas.

Os engenheiros Martins e Silva reforçam que a silvicultura é apenas complementar. “O produtor não vai substituir a agricultura de grãos pela floresta plantada”, lembra Martins. O objetivo, de acordo com Silva, é incentivar o cooperado a usar uma área de sua propriedade que não seja propícia para a agricultura.

A cooperativa Agrária, em Guarapuava, no Centro-Sul, começou a plantar eucalipto em 1979. Atualmente, tem 4,6 mil hectares de área própria de reflorestamento e busca a autossuficiência na produção de lenha e, quem sabe, na produção de cavaco – também usado na produção de calor. “Nós produzimos 82% da lenha que usamos”, cita o gerente-operacional, Oldir Frost. O cavaco ainda não é produzido, porém, a demanda é crescente: a cooperativa compra cerca de 96 mil toneladas ao ano.

Conforme Frost, a meta é chegar à autossuficiência em produção de madeira para lenha e cavaco até 2018. Para isso, anualmente, a cooperativa adquire novas áreas de plantio de florestas e tem um programa de fomento com os cooperados. Mas, a adesão ainda é insuficiente.

A Castrolanda lançou, em 2009, um programa de fomento para incentivar a silvicultura. Dez produtores aderiram à proposta. “Nós disponibilizamos as sementes e fazemos a ponte entre o produtor e as agências bancárias para fazerem financiamentos”, completa Silva. A primeira colheita do eucalipto da Castrolanda, que é referência em produção de leite, ocorrerá ano que vem.

A cooperativa tem 1,5 mil hectares de reflorestamento, sendo que os 10 produtores que participam do programa de fomento somam mais 200 hectares de eucalipto. “Hoje, 70% da madeira que usamos vêm do reflorestamento da Castrolanda”, acrescenta Silva, lembrando que há cinco anos, esse percentual atingia apenas 30%. Boa parte da matéria-prima para as fornalhas das usinas e dos secadores da cooperativa ainda vem de terceiros.

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