Em setembro de 2011 o dólar acumula alta de 14%, saindo de R$ 1,6170 para R$ 1,8350. Já a valorização anual é de 7,52 %. O motivo da alta é a aversão ao risco dos investidores, frente aos problemas econômicos mundiais, entre eles a situação da economia grega. Em 21 de setembro, a moeda atingiu o maior valor desse julho 2010.
Com isso, os investidores saem do mercado das commodities e se refugiam no dólar, resultando na alta do dólar e consequente queda nos preços internacionais das commodities. Os preços da soja na Bolsa de Chicago, desde 30 de agosto tiveram uma retração de 8,67%. Porém, ao trazer os valores para reais, observa-se certa compensação pela valorização do dólar de 5,46%.
Em 31 de agosto/11, uma saca de soja, ao maior preço alcançado, de US$ 31,95 por saca, aplicando o dólar diário, correspondia a R$ 50,90/saca. Em 21 de setembro/11, ao preço de US$ 29,17 por saca, aplicando o dólar médio de R$ 1,8350, corresponde a R$ 53,53/saca.
Este movimento é positivo para os produtos agropecuários, uma vez que confere maior competitividade aos produtos brasileiros. O atual patamar do dólar seria o ideal para as commodities agrícolas e para as exportações do agronegócio brasileiro. O movimento que acontece no mercado do dólar é especulativo e não detém sustentação, contrariamente ao acontecido em 2008, com a quebra do banco Lehman Brothers e a deflagração da crise econômica mundial.
Data Dólar Comercial Soja em grão – CBOT Variação (%) Preço equivalente Variação (%)
R$/US$ US$/saca Preço Bolsa de Chicago (R$/saca) Preço em R$/saca
30.08 1,589 31,94 100,00 50,76 100,00
31.08 1,593 31,95 0,04 50,90 0,28
01.09 1,617 31,42 -1,62 50,81 0,10
02.09 1,636 31,67 -0,84 51,82 2,09
12.09 1,708 30,59 -4,22 52,25 2,94
13.09 1,714 30,46 -4,63 52,21 2,86
14.09 1,724 30,30 -5,13 52,24 2,92
15.09 1,709 29,98 -6,13 51,24 0,95
16.09 1,738 29,89 -6,41 51,95 2,35
19.09 1,780 29,46 -7,76 52,44 3,31
20.09 1,789 29,50 -7,64 52,78 3,98
21.09 1,8350 29,17 -8,67 53,53 5,46
Fonte: Bolsa de Chicago, Banco Central – Elaboração DTE/FAEP
Por Gilda Bozza, economista da FAEP
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