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Informe SOJA/MILHO/TRIGO – 06/05/2015

Confira a análise econômica da FAEP sobre os preços da soja/milho/trigo

Tânia Moreira, economista do Departamento Técnico e Econômico da FAEP.

SOJA EM ALTA POR DEMANDA
tabela 1
Os contratos futuros voltaram a subir na data de ontem na CBOT, contrariando os fatores fundamentais de oferta ampla, sustentados pela notícia de aquecimento da demanda devido ao interesse chinês por óleo de soja nos Estados Unidos e América Latina, sustentanto também por bons números das exportações americanas da última safra.
O câmbio em queda por dados fracos da balança comercial americana no mês de março, com maior déficit desde 2008, e o petróleo em alta também foram fatores de sustenção do preço para a oleaginosa.

O avanço no plantio do milho (55%), acima do percentual plantado na safra passada no mesmo período (38%), contrariando as expectativas iniciais, vai proporcionando suporte a soja, afastando a idéia de que os produtores americanos poderiam substituir a área de milho pela soja, aumentando ainda mais a previsão de área recorde, considerando que a relação de preços entre soja e milho para dezembro está favorecendo o plantio da soja.

No Brasil, segundo dados da consultoria Safras e Mercados, a colheita está praticamente concluída, com percentual comercializado de 60% da safra, com aceleração dos negócios no mês de abril, mas ainda em ritmo menor que o comercializado na média das últimas cinco safras anteriores de 72%.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) monstram que as exportações brasileiras de soja em grãos do mês de abril aumentaram em 17% a quantidade embarcada com aumento de 14% no valor em relação ao mês de março, mas que ainda são inferiores ao total acumulado de 2014 entre janeiro e abril, com queda de 41% na receita.

tabela 2

No Paraná o percentual comercializado até início de maio, segundo dados da Safras e Mercados foi de 48%, com a colheita concluída. As exportações paranaenses no mês de abril atingiram o valor de US$ 493 milhões com 1,2 milhão de toneladas, representando um avanço importante em relação ao mês de março.
O preço médio recebido pelo produtor na data de ontem, segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), foi de R$ 59,50 com alta de 1,57% em relação ao dia anterior.
Na Argentina o percentual colhido, segundo a Bolsa de Cereales, foi de 61,8% até o final do mês de abril.
Na data de hoje, até às 08:44 o contrato futuro de julho na CBOT operava em queda de 0,10% no valor de US$ 9,83/bushel, com o câmbio em R$ 3,045 com queda de 0,77%.

MILHO EM RECUPERAÇÃO POR CLIMA

 

tabela 3
De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) o plantio do milho nos Estados Unidos, safra 2015/16, atingiu o percentual de 55% até o último domingo, contra o percentual de 38% em relação ao mesmo período do ano passado, contrariando a expectativa de que haveria uma atraso no plantio. Algumas regiões americanas já apresentam percentual acima de 70%, o que vai tirando a sustentação ao preço pelo fator clima.
Por outro lado, a expectativa de uma clima mais úmido nesta semana, aliado a queda dos preços do milho que atraíaram alguns investidores fizeram os preços na Bolsa de Chicago terem suporte na data de ontem.

No mercado interno, o preço médio recebido pelo produtor na data de ontem foi de R$ 20,15 por saca, segundo a Seab, com 98% das lavouras de milho safrinha em boas condições com percentual comercializado de 13% para a safrinha e 43% para o milho da primeira safra, registrando percentual comercializado acima da média dos anos anteriores para a safrinha e em normalidade para a primeira safra.

O custo operacional de produção estimado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) no mês de janeiro foi de R$ 20,36 por saca.
As exportações brasileiras no período de janeiro a abril registraram uma redução de 6,5% no valor exportado em relação ao mesmo período do ano passado, com uma quantidade quase igual ao exportado no mesmo período do ano anterior, 5,1 milhões de toneladas, mas com queda de 6,65% no preço médio.
Na data de hoje, até às 08:44 o contrato futuro de julho na CBOT operava em alta de 0,07% no valor de US$ 3,63/bushel.

TRIGO EM BAIXA POR EVOLUÇÃO DO PLANTIO

tabela 4
Na segunda e terça-feira os contratos futuros de trigo registraram as menores cotações do ano. Um ajuste nas condições das lavouras americanas, de 1% para excelente no trigo de inverno e a continuidade do plantio do trigo de primavera, sem atrasos, divulgados pelo USDA contribuíram para as quedas dos preços.
Além disso, o anúncio de compras egípcias do cereal russo contribuíram para o sentimento de fraca demanda pelo cereal norte americano.

A perspectiva de boas chuvas na semana nas regiões produtoras de trigo também foi um fator de pressão para os preços.
No mercado interno o preço médio recebido pelo produtor foi de R$ 35,68 por saca, o que é abaixo dos R$ 37,40 por saca referente ao custo variável de produção calculado pela CONAB no mês de janeiro, e 21% abaixo do custo operacional de produção de R$ 43,91 por saca.

O percentual de plantio no Estado passou para 30% nesta semana com perspectiva de produção de 4 milhões de toneladas, com aumento de 7% em relação ao ano anterior, segundo dados da Seab, restando vender cerca de 15% da safra 2014.
Na data de hoje o contrato de julho na CBOT até às 08:44 registrava ganho de 0,64% no valor de US$ US$ 4,69/bushel.

OUTRAS:
 Segundo dados do MDIC a balança comercial brasileira no período de janeiro a abril registrou déficit de US$ 5,06 bilhões, com exportações registrando uma retração de 16,4% em relação ao mesmo período de 2014.
 O balança comercial do agronegócio registrou um superávit de R$ 20,5 bilhões no mesmo período, apesar da retração das exportações em relação ao ano anterior.

DETI

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