Capital da uva fina no Paraná, Marialva confirma agora as consequências das geadas de julho a setembro de 2013. Dos 1,2 mil hectares de parreiras, só 800 estão sendo colhidos. Mas quem fez a poda após o frio está compensando parte das perdas. As frutas estão mais caras e mais saborosas.
Os viticultores têm conseguido até R$ 4 por quilo, cerca de 30% a mais do que no mesmo período de 2013. Os preços foram alavancados porque a produção de uva fina em Jales e São Miguel Arcanjo (SP) ainda não entrou no mercado, o que reduziu a oferta.
O frio também alterou o calendário da colheita, feita tradicionalmente em dezembro. Muitos produtores ainda estão encerrando as atividades. “A produção foi menor, mas a uva está doce e graúda”, diz o diretor da Cooperativa Agroindustrial de Viticultores (Coavit), Antônio Peres. O clima seco de novembro e dezembro deixou a uva mais doce.
Segundo a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Marialva, perto de 50% da receita agrícola do município é proveniente da viticultura. A arrecadação chega a R$ 100 milhões por ano. Mais da metade é obtida na safra de verão. Os prejuízos ainda não foram computados.
Benedito Castellari contabiliza as perdas. Ele esperava produzir 2 toneladas, mas só colheu metade e diz estar desanimado. “Está caro para plantar e a gente nem tem garantia se vai colher.”
Fonte: Gazeta do Povo 21/01/2014
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