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Safra de café deve bater recorde em 2012, prevê Conab

O governo divulgou ontem sua primeira estimativa para a próxima safra de café, que começa a ser colhida em maio. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção deverá ficar entre 48,97 milhões e 52,27 milhões de sacas, um crescimento de até 20,2% em relação à produção do ano passado, estimada em 43,48 milhões de sacas.

Caso a previsão se confirme, o país vai bater o recorde de 2003, quando foram colhidas 48,4 milhões de sacas. "Estamos divulgando hoje a melhor produção de café de todos os tempos", afirmou Manoel Bertone, secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura. Mas Bertone ponderou que problemas climáticos comprometeram o potencial da safra, que poderia ser ainda maior.

Em entrevista à agência Dow Jones Newswires, a analista de commodities Judy Ganes Chase afirmou que a previsão deve ter um efeito "realmente baixista" sobre os preços, uma vez que as estimativas da Conab para a produção de café são consideradas conservadoras pelos participantes do mercado no exterior. "Para a Conab, foi um número muito alto", afirmou.

Os estoques historicamente baixos nos países produtores, os problemas enfrentados pela Colômbia nas últimas safras e a demanda aquecida sugerem, porém, que a oferta de café deve se manter em níveis apertados em 2012.

De acordo com relatório divulgado ontem pelo Cecafé, entidade que representa os exportadores da commodity, a receita com os embarques brasileiros de café saltou 53,6% e superou a marca de US$ 8,7 bilhões em 2011 – um recorde.

O aumento é explicado basicamente pela escalada dos preços internacionais, uma vez que o volume embarcado cresceu pouco mais de 1,3% em relação ao ano anterior, somando 33,45 milhões de sacas de 60 quilos. O diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga declarou em nota que os resultados "superaram as expectativas iniciais, de uma receita US$ 8,4 bilhões".

Os embarques de café verde correspondem à grande parte das exportações. Do volume embarcado, pouco mais de 3,3 milhões de toneladas (ou 11% do total) foram industrializados.

Em dezembro passado, as exportações totais de café somaram 2,95 milhões de sacas, uma queda de-13,6% sobre o mesmo período do ano passado, reflexo principalmente da menor disponibilidade de café. Em compensação, a receita cresceu 15,9%, a US$ 812,29 milhões, na mesma comparação.

Fonte:Valor Econômico

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