Sistema FAEP

Sem novos defensivos, ferrugem diminuirá produtividade da soja

O uso médio de três aplicações contra a ferrugem da soja que é feito atualmente no país, tem 73% de probabilidade de ser ampliado para cinco aplicações

Essa é a principal conclusão de um estudo divulgado hoje em Brasília pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a Embrapa, a Fundação Mato Grosso, a Universidade de Passo Fundo (RS), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR) e a Universidade de Rio Verde.

Os especialistas das instituições consultados pela Abag concluíram que se continuarem sendo utilizados os mesmos agroquímicos baseados nos mesmos princípios ativos (estrobirulina, triazol e carboxamida), o uso médio de três aplicações contra a ferrugem da soja que é feito atualmente no país, tem 73% de probabilidade de ser ampliado para cinco aplicações. E também comprovaram que os produtos atualmente disponíveis não serão totalmente eficientes, devido a perda de resultados.De acordo com o Consórcio AntiFerrugem, grupo formado por pesquisadores que estudam a ferrugem, o controle da doença gera um custo anual estimado em US$ 2,2 bilhões.

Na hipótese de confirmação desse quadro, o documento projeta que daqui a 10 anos o faturamento total com o comércio de soja no Brasil seria R$ 39 bilhões menor que em 2015. Também haveria perda direta de R$ 19,5 bilhões nas exportações do grão e outros R$ 10,6 bilhões na arrecadação de tributos incidentes sobre a comercialização da oleaginosa. Além de 3 milhões a menos de emprego na cadeia da soja.

Consequentemente, haveria impactos na oferta de ração animal com base na oleaginosa, o que levou o estudo a estimar perdas de produção no setor de aves de R$ 13,3 bilhões, R$ 4,5 bilhões em ovos e mais R$ 5,2 bilhões de carne suína.

“Não dá para esperar sete, oito ou dez anos para liberar uma molécula de um fungicida para combater a ferrugem por exemplo. Já está mais que provado que as moléculas começam a perder eficiência após repetidas aplicações”, disse o diretor-executivo da Abag, Luiz Cornacchioni.

Em reunião na semana passada, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, se comprometeu com deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária a buscar maneiras de reduzir o tempo de análise desses produtos pela Anvisa e pelos outros órgão envolvidos no processo – Ibama e Ministério da Agricultura.Segundo o presidente da FPA, deputado Marcos Montes (PSD-MG), que também participou da divulgação do estudo da Abag, o diretor-geral da Anvisa, Jarbas Barbosa, informou aos parlamentares que está reestruturando a divisão da agência responsável pela aprovação de defensivos e teria concordado com prazos menores.

Fonte: Valor Ecônomico – 31/08/2015

DETI

O Departamento de Tecnologia da Informação (Deti) do Sistema FAEP/SENAR-PR, formado por profissionais da área, é responsável pela gestão tecnológica do portal da entidade, desde o design, primando pela experiência do usuário, até suas funcionalidades para navegabilidade.

Comentar

Boletim no Rádio

Boletim no Rádio