Os futuros da soja iniciam a semana operando em campo positivo na Bolsa de Chicago e, novamente, diante da possibilidade de mais chuvas para o Meio-Oeste americano nesta segunda-feira (22). Por volta das 7h40 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 2 e 4,25 pontos entre as posições mais negociadas, com o novembro/15 valendo US$ 9,43 por bushel.
De acordo com o instituto meteorológico AccuWeather, dos Estados Unidos, nesta segunda o Centro-Oeste americano deve receber fortes e volumosas chuvas, neste que é o primeiro dia oficial do verão 2015 no país, principalmente nos estados mais ao norte do cinturão.
Altas em Chicago
Nesta semana, o fator mais observado pelos traders no mercado internacional da soja foi o clima adverso nos Estados Unidos. Há um excesso de chuvas afetando seriamente o Meio-Oeste do país e já comprometendo o bom andamento da safra 2015/16 dos EUA. E nos últimos dias, a situação foi significativamente intensificada com a chegada de uma tempestade tropical – Bill – que trouxe ainda mais e mais fortes precipitações.
Em alguns estados, o plantio da soja está bastante atrasado e, para alguns especialistas, a produtividade da oleaginosa já poderia estar sendo afetada e reduzida em algumas áreas importantes e as últimas previsões continuam indicando chuvas fortes pelo menos durante esse final de semana e até a próxima segunda-feira, 22 de junho.
E com esse cenário continuando por mais alguns dias, ainda segundo explica Vlamir Brandalizze, poderia estimular o mercado a se consolidar em patamares ainda melhores na Bolsa de Chicago. “Por enquanto, as condições para a safra nova dos Estados Unidos continuam desfavoráveis e isso é positivo para os preços”, explica.
O mercado futuro de soja se ajustou ainda na espera por dois importantes boletins que também serão reportados pelo USDA no final do mês: estoques trimestrais dos EUA e área de plantio da safra 2015/16. E com a situação atual de clima adverso nos EUA e os mecanismos do eficiente seguro agrícola, há muita especulação sobre a área norte-americana nesse momento.
O chefe do setor de commodities agrícolas do banco internacional Sociétè Generale, Christopher Narayanan, no entanto, traz algumas ressalvas sobre esse novo boletim. “É importante ressaltar que o total da área a ser apresentada nesse relatório é a soma dos acres já plantados e dos que os produtores têm a intenção de plantar. O USDA estará baseado nos números recolhidos na primeira metade de junho”, diz.
O executivo explica ainda que, embora essas estimativas sejam de extrema importância para ajudar nas projeções para os níveis finais da produção, levando em consideração o período da amostragem dos dados, algumas dessas áreas a serem reportadas poderiam se perder se as condições de clima continuarem ameaçando as áreas produtoras.
Movimentação dos negócios no Brasil
O consultor da Brandalizze Consulting explicou ainda que esta semana foi bastante propícia para os negócios com a soja da safra nova, e preços que pagam acima dos R$ 70,00 base portos. E esses negócios se basearam, principalmente, em cima das relações de troca.
Com melhores referências em Chicago, a baixa do dólar frente ao real acabou perdendo parte do efeito mas, ao mesmo tempo, criou um cenário favorável para a compra dos insumos, motivando essas trocas. “Com o dólar abaixo dos R$ 3,10, o produtor brasileiro entrou fazendo algumas posições com insumos e vendendo, via troca, quando Chicago puxou um pouco mais para cima”, explica Brandalizze.
Já para a soja disponível, os negócios seguem acontecendo de forma pontual, com preços nos portos brasileiros ainda trabalhando na casa dos R$ 69,00 por saca e, em alguns casos, o mercado interno vem pagando melhor do que a exportação, com uma demanda – especialmente por óleo de soja – bastante aquecida.
Fonte: Notícias Agrícolas 22/06/2015
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