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Soja: Preços em Chicago têm nova manhã de estabilidade nesta 5ª feira

No começo do dia os contratos futuros da commodity perdiam pouco mais de 1,50 ponto entre os contratos mais negociados

O mercado da soja na Bolsa de Chicago registra mais uma manhã de estabilidade nesta quinta-feira (23). Os futuros da commodity perdiam pouco mais de 1,50 ponto entre os contratos mais negociados, corrigindo parte das altas do fechamento de ontem. Assim, o vencimento novembro/16 era negociado a US$ 11,12 por bushel.

Os traders parecem manter o mercado caminhando mais de lado nestes últimos dias para trazer algum equilíbrio às cotações diante das movimentações intensas das sessões anteriores. Para sair desse movimento, mais novidades precisam vir a mercado para estimular oscilações mais expressivas, segundo explicam analistas de mercado.

Ainda nesta quinta-feira, acontece o referendo que definirá se a Grã-Bretanha continua ou não na União Europeia, o que traz alguma expectativa ainda ao mercado financeiro global. À espera da decisão, apensas os grãos atuavam em campo negativo, enquanto as demais commodities subiam mais de 1%, como o petróleo em Nova York, voltando a buscar os US$ 50,00 por barril.

Paralelamente, chegam hoje os novos números das vendas semanais para exportação dos Estados Unidos e o boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) pode mexer com o andamento das cotações, dada uma demanda mundial mais voltada para a oferta norte-americana neste momento.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja fecha em alta na CBOT e puxa preços em praças do interior do Brasil nesta 4ª feira

O dia foi de intensa volatilidade para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago na sessão desta quarta-feira (22). Os negócios começaram com ligeira estabilidade, testaram altas mais fortes, mas os preços terminaram o pregão subindo entre 5,25 e 6 pontos nos principais contratos. O novembro/16 terminou valendo US$ 11,16 por bushel.

O mercado internacional parece tentar buscar uma recuperação depois das últimas quedas, que chegaram a superar os 20 pontos somente nesta semana, e encontrar, novamente, seu ponto de equilíbrio. Analistas afirmam, porém, que serão necessárias novidades fortes para limitar a atuação dos fundos especuladores que, nos últimos dias, têm permanecido na ponta vendedora do mercado, liquidando parte de suas posições e realizando lucros.

Para o analista de mercado Bryce Knorr, do portal Farm Futures, o recuo registrado pelos futuros do milho em Chicago ontem – a maior dos últimos dois anos, quando os futuros do cereal perderam mais de 20 pontos – trouxe alguma limitação ao movimento de baixa entre os grãos. Trigo e milho também esboçaram altas nesta quarta-feira.

“O mercado se sentiu uma vítima do forte movimento de venda (de posições) no milho nesta terça-feira (21), apesar das boas notícias vindas do lado da demanda”, explica Knorr. Ontem, o USDA anunciou boas vendas de soja em grão e óleo para a China e destinos não revelados com volumes das safras 2015/16 e 2016/17.

E essas novidades que são esperadas, ainda de acordo com analistas, deverão vir, principalmente, do Meio-Oeste americano e das condições de clima que tem recebido. E mais do que isso, o quadro climático que vai enfrentar nos próximos dois meses, período determinante para a definição da nova safra norte-americana.

Até agora, as notícias são boas para as lavouras, ruins para os preços, mas não de forma generalizada. De acordo com informações do portal internacional AgWeb, um tempo mais quente e seco já começa a trazer algum stress para os campos de Iowa e Nebraska, por exemplo. E as previsões climáticas mais alongadas já dão conta de menos chuvas e mais calor para as próximas semanas no Corn Belt.

Ainda nesta semana, a volatilidade se acentuou com a forte influência do mercado financeiro e a expectativa criada sobre a permanência ou não da Grã-Bretanha na União Europeia. O assunto dominou o noticiário financeiro internacional e o referendo para a decisão acontece nesta quinta-feira (23).

Preços no Brasil

À espera dessas decisões que chegam da Europa, o dólar atuou em queda frente ao real e demais moedas para fechar, novamente, abaixo dos R$ 3,40 no Brasil, com baixas que, ao longo do dia, passaram de 1%. A atuação do câmbio, porém, acabou sendo limitada sobre as cotações da soja nesta quarta-feira.

As condições internas de regiões produtoras do Brasil – que contam com limitada oferta de soja disponível neste momento e frente a uma demanda, inclusive doméstica muito forte – permitiram novas altas para os preços da soja no mercado interno. Em Ponta Grossa, no Paraná, o valor da saca subiu 2,22% para R$ 92,00; em São Gabriel do Oeste/MS, 1,83% para R$ 83,50 e em Jataí/GO, 0,58% para R$ 78,00.

Já nos portos, apenas Paranaguá conseguiu manter suas referências em relação ao dia anterior, com R$ 96,00 no disponível e R$ 88,00 no mercado futuro, com embarque em meados de março do ano que vem. Em Rio Grande, por outro lado, as cotações cederam ligeiramente, perdendo, respectivamente, 0,55% e 0,79%, para R$ 91,00 no disponível e R$ 88,30 no futuro.

Fonte: Notícias Agrícolas

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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