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‘Efeito greve’ sobre preço da soja perde força

O desbloqueio de algumas estradas que estavam fechadas por caminhoneiros no Brasil reduziu ontem as preocupações dos investidores

O desbloqueio de algumas estradas que estavam fechadas por caminhoneiros no Brasil reduziu ontem as preocupações dos investidores com eventuais atrasos nas exportações de produtos agrícolas do país, o que levou os preços de algumas commodities a registrarem queda nas bolsas americanas. As cotações da soja, que na terça-feira apresentaram forte valorização no pregão de Chicago, registraram queda, enquanto os preços do açúcar perderam sustentação e tombaram na bolsa de Nova York.

Os contratos da oleaginosa com vencimento em maio, que ocupam a segunda posição de entrega – normalmente os de maior liquidez -, fecharam em baixa de 0,78%, ou 8 centavos, cotados a US$ 10,1075 o bushel, e devolveram boa parte da alta de terça-feira. Já os papéis do açúcar demerara de segunda posição, também com vencimento em maio, tiveram desvalorização de 2,54%, ou 36 pontos, e fecharam a 13,79 centavos de dólar a libra-peso – patamar que não era registrado desde setembro de 2014.

Ontem pela manhã, a Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo retirou os manifestantes que bloqueavam a rodovia Anchieta no acesso ao porto de Santos. Na terça-feira, vários caminhões com soja não conseguiram chegar ao porto por causa do protesto.

Os investidores temiam que os compradores da soja brasileira no exterior cancelassem contratos se houvesse atraso no carregamento dos navios. A situação também preocupava os investidores do mercado de açúcar, uma vez que o produto já costuma competir nesta época do ano com o transporte de soja e milho, que estão neste momento no auge da colheita.

Porém, analistas consultados pela agência estatal chinesa Xinhua afirmaram que é pouco provável que as processadoras de soja na China cancelem contratos da oleaginosa brasileira, já que o país tem amplos estoques do grão e conseguiu garantir um bom abastecimento antes do feriado local do Ano Novo Lunar, que se estendeu até terça-feira.

Analistas também reportaram, finalmente, um forte volume de vendas por parte dos produtores de soja brasileiros e americanos nas negociações de ontem. Dessa forma, os investidores e fundos que atuam no mercado futuro da soja tentaram embolsar os lucros registrados no dia anterior, forçando uma desvalorização da commodity.

No caso do açúcar, a queda dos preços também foi influenciada pela divulgação da estimativa da Organização Internacional do Açúcar de superávit de oferta de 620 mil toneladas na safra atual e pela elevação do dólar, que favorece as exportações brasileiras.

Fonte: Valor Econômico

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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