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Governo pode estimular produção de etanol de milho

milho_graoCom a queda vertiginosa nos preços do milho, o governo brasileiro já estuda a possibilidade de subsidiar a produção de etanol a partir do grão. O País já é o maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, mas pode começar a produzir o biocombustível de milho após a safra recorde desse ano.

“Estamos estudando fornecer apoio financeiro para o etanol de milho, além da criação de uma política agrícola para isso. O etanol de milho é competitivo, e provavelmente a melhor saída para o excedente da safra”, justificou o , disse o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, em entrevista à Bloomberg.

Os preços do milho despencaram esse ano, com a aprodução estimada em até 81 milhões de toneladas na safra 2012/13. A progressão tem sido geométrica, a medida em que os agricultores começaram a plantar duas safras por temporada, utilizando novas tecnologias e fertilizantes.

Por outro lado os preços praticados preocupam. No principal estado do Mato Grosso, os valores caíram 37% este ano, para R$ 11,26 por saca de 60 quilos. Enquanto isso o custo de produção chegou a R$ 13,02, segundo dados oficiais.

MT já produz
Mato Grosso segue o exemplo dos Estados Unidos no uso de milho para a produção de etanol com o objetivo de garantir uma demanda extra ao cereal e melhorar as cotações regionais. Duas usinas que produziam combustível com cana-de-açúcar se adaptaram para receber e processar parte do volume excedente da colheita do grão no estado, uma em Campos de Júlio (Oeste) e outra em São José do Rio Claro (Centro-Oeste).

As duas plantas ainda não processam volume capaz de elevar os preços ao produtor, mas neste momento produzem etanol de milho mais barato que o de cana. A diferença do custo é de R$ 0,97 para R$ 0,78.

E o preço de mercado do grão está um terço abaixo do valor máximo que as destilarias poderiam pagar neste momento: R$ 18 por saca (60 quilos), cotação comparada à que se pratica no Paraná.

As destilarias de milho têm intenção de dobrar sua capacidade de processamento em um ano, o que anima a agricultura. O excesso da produção de milho em Mato Grosso faz a renda no campo ficar abaixo dos custos e derruba as cotações de Norte a Sul do país.

Nas usinas, houve redução da ociosidade e dos custos. “Antes de receber milho, deixávamos de trabalhar e faturar seis meses por ano, por causa da entressafra da cana. Com isso, a mão de obra, que antes era sazonal, hoje está sendo qualificada aqui”, comenta o diretor da Usimat, Sérgio Barbieri. A empresa, administrada pelo Grupo Sipal, com sede em Curitiba, foi a primeira a usar milho no Brasil.

Fonte: DCI

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

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