Sistema FAEP

Soja: Agricultores esperam safra recorde

Com a colheita do trigo na reta final, as máquinas estão no campo mais uma vez preparando a terra para receber as sementes da soja. Na regional da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) de Ivaiporã, que tem como área de abrangência 22 municípios do Vale do Ivaí e da região central do Estado, a expectativa é que o grão tenha novo recorde de área plantada, passando de 280 mil hectares (ha) da safra 2013/2014 para 292 mil na safra atual, o que equivale a um aumento de 4,3%.

De acordo com o agrônomo da regional de Ivaiporã do Departamento de Economia Rural (Deral), Randolfo Oliveira, dos 30 mil ha de área plantada com milho na primeira safra de verão no ano passado, 8 mil ha serão transferidos para a cultura da soja. O feijão também terá perda de área para a soja. Se no ano passado os produtores da região semearam o produto em 19 mil ha, neste ano a área não deverá passar de 15 mil.

A migração da área de plantio para soja, segundo Oliveira, é por questão econômica. ?O milho está estabilizado em R$ 17,20 e, por enquanto, não há expectativas de melhora. Já o feijão passou um período complicado, até mesmo sem preço de mercado. Nos últimos dias até houve uma melhora, com o preço do feijão carioca sendo cotado em torno de R$ 90 a saca/60 quilos. Mas, mesmo assim, é abaixo do preço mínimo, o que não estimula o produtor?, destaca. Na última sexta-feira (10), a soja estava cotada a R$ 54,20 a saca de 60 quilos, valor considerado razoável pelos produtores.

O produtor da comunidade do Pindauvinha, em Ivaiporã, Valdemar Mees, vai plantar 57 alqueires de soja. ?Na safra passada, a soja chegou a R$ 66. Vamos torcer para que o clima contribua e os preços cheguem ao mesmo patamar da safra passada. Se eu tivesse mais área, com certeza plantaria mais?.

Orlando Sanchez, médico e agropecuarista, diz que não pretende plantar a safra do milho verão. A área total da propriedade dele, na localidade de Alto Porã, é de 240 alqueires e será toda semeada com soja.

Na safra passada, Sanchez plantou 60 alqueires de milho. ?Vou fazer a rotação da área, que é muito importante para quem faz o plantio direto. Mas acredito que quem plantar milho vai ganhar dinheiro, pois não tem ninguém plantando e o grão pode faltar no mercado?.

Fonte: Tribuna do Norte

André Amorim

Jornalista desde 2002 com passagem por blog, jornal impresso, revistas, e assessoria política e institucional. Desde 2013 acompanhando de perto o agronegócio paranaense, mais recentemente como host habitual do podcast Boletim no Rádio.

Comentar

Boletim no Rádio

Boletim no Rádio